Espelho “mágico” do NY Times

O The New York Times Co.’s R&D Lab apresenta um projeto interessante de um espelho que permite a exibição de informações na sua superfície. No vídeo há um exemplo de uso da tecnologia RFID. Um frasco de remédio é identificado e instruções sobre seu uso são exibidas no espelho.

Mas o espelho tem outras características interessantes, como reconhecimento de voz e de movimento. Leia mais sobre o projeto na matéria do Nieman Journalism Lab. Aliás, esse site publicou uma série de matérias sobre o laboratório de pesquisa e desenvolvimento do NY Times.

Controlando o computador com o leitor RFID

Na aula de hoje, apresentei alguns projetos feitos com a tecnologia de transmissão de dados RFID (Radio-Frequency IDentification)

Durante a aula, tentei mostrar algumas aplicações simples que desenvolvi com meu leitor Touchatag, mas a rede estava muito instável, e meu computador ficou tímido na hora H. Nessa confusão, a turma se dispersou e acho que poucos viram a coisa funcionando de fato.

De qualquer forma, há algum tempo fiz um vídeo mostrando os primeiros testes que desenvolvi, logo que adquiri o kit touchatag. Quem não pôde estar na aula vai pelo menos ter uma idéia do que dá pra fazer sem muita complicação, usando o touchatag e AppleScript (linguagem de programação bem simples, nativa dos computadores Apple, que permite controlar alguns dos seus programas).

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No vídeo eu uso o touchatag pra controlar o iTunes e o Adium (um Instant Messenger pra Mac). Na aula eu ainda mostrei como usar o touchatag pra fazer com que a webcam do Mac tirasse uma foto (usando o programa PhotoBooth, nativo do macbook). Outra etiqueta RFID foi programada pra realizar uma ligação via Skype para o telefone da minha esposa.

Essa plataforma é bem limitada. Pra usar o leitor no meu macbook foi preciso instalar um programa, responsável pela comunicação do leitor com a base de dados hospedada no site do touchatag. No site é que eu associo cada etiqueta RFID a uma função qualquer – e as funções disponíveis no site são bem limitadas. Uma maneira de minimizar essa limitação é criar programas próprios, e fazer com que as etiquetas simplesmente chamem esses programas. O site touchatag tem uma aplicação que serve pra abrir um site na internet. A base de dados associa uma etiqueta a um endereço na Internet. Mas é possível usar essa mesma aplicação para rodar um programa no computador – basta, ao invés de fornecer o endereço de um site, fornecer a localização do arquivo no computador. A inteligência nesse caso está no programa rodando localmente, no meu próprio computador, e não na aplicação disparada pelo site touchatag.

Essa gambiarra, obviamente, é super limitada. Mas é possível hackear o leitor e programar além das funções oferecidas pelo site, e o que é melhor, sem depender da Internet pra isso. Durante a aula, o Marquito conseguiu descobrir uma biblioteca pronta, que possibilitava a comunicação direta com o leitor touchatag, usando a linguagem de programação Processing. Ele chegou a fazer um programa pra ler os cartões RFID que ele tinha por ali, que não eram as etiquetas que vinham no pacote do touchatag. Cada cartão colocado sobre o leitor fazia com que um nome diferente aparecesse na tela do computador. Funcionou, sem qualquer mediação feita pelo site, tudo rodando localmente.

Esse brinquedinho é bem limitado, mas a idéia era apresentar o conceito, e partir pra elaboração de propostas, projetos que usem essa tecnologia. Existem diversos modelos de leitores, existem ‘shields’ RFID que podem ser usados junto com Arduino. Independente da solução técnica, me interessa mais discutir propostas de uso dessa tecnologia.

Pra quem tem mente criativa, o céu é o limite.

Sistemas de informação ambiente

Um dos tópicos que serão abordados neste semestre diz respeito aos Sistemas de Informação Ambiente. Esse foi o tema de minha pesquisa no doutorado, que finalizo esta semana.

É um recorte que aproxima bem a computação pervasiva do campo do design da informação. Alguns workshops específicos sobre esse tema ocorreram em congressos de ubiquidade computacional (lamentavelmente, o site do workshop não está mais online). Ainda carecemos de um espaço próprio para discutir esse assunto, embora já existam muitos projetos nessa linha. Há, inclusive, uma empresa desenvolvendo produtos comerciais a partir desse conceito (Ambient Devices).

Tive a oportunidade de apresentar uma parte de minha pesquisa no DRS2010, o congresso da Design Research Society, em Montreal, no ano passado. Segue abaixo a apresentação:

E para quem se aventurar, meu artigo, tal qual foi publicado nos anais do DRS 2010.

The thrilling potential of SixthSense technology

Estive pesquisando sobre alguns projetos que foram apresentados na aula e encontrei um vídeo do indiano Pranav Mistry falando como tem sido o desenvolvimento da tecnologia chamada SixtySense, é muito interessante a forma que o seu discurso representa os conceitos da Ubicomp.

Um vídeo sobre esse projeto foi exibido na aula passada, é aquele computador com uma câmera que fica pendurada no pescoço e que permite capturar e projetar imagens…

Já neste vídeo do TED ele fala sobre a história do projeto, o conceito, a evolução, e quais são os objetivos e expectativas acerca da invenção. Muito bom e ainda tem legenda em português!

LINK: Pranav Mistry: The thrilling potential of SixthSense technology

Mark Weiser

Conhecido como o “pai” da computação ubíqua, Weiser foi pesquisador-chefe no mítico centro de pesquisas da Xerox, em Palo Alto (XEROX-PARC), e lá desenvolveu a idéia de um caminho diferente para a evolução dos computadores. Vítima de um câncer, Weiser morreu cedo deixando uma produção pequena para a grandiosidade das idéias que tinha.

retrato de Mark Weiser

Mark Weiser, o "pai" da computação ubíqua

A leitura dos seus artigos é prazeirosa, e inspiradora. Vale a pena.

The computer of the 21st. century – o artigo mais conhecido, no qual ele lança as bases conceituais da computação ubíqua e apresenta alguns projetos que vinham sendo desenvolvidos no Xerox Parc naquela época. O texto é de 1991, e é notavel as predições que ele fazia do futuro. Algumas foram tímidas, notadamente as que tratam do aumento da capacidade do hardware. Outras ainda estão longe de acontecer. Me impressionei na primeira vez que li esse artigo, identificando nos tabs, pads e boards do Xerox Parc naquela época, aparelhos semelhantes ao que vemos hoje: os telefones celulares, os tablets e os quadros interativos.

The World is not a Desktop – nesse artigo ele continua a idéia desenvolvida anteriormente. Enfatiza a idéia do computador invisível, como aquele que usamos sem prestar atenção. Essa mesma idéia, presente também no texto anterior, seria novamente apresentada em um artigo posterior.

The coming age o Calm Technology – esse é o meu preferido. Aqui ele cunha o termo ‘calm technology’ e volta ao assunto de “deslocar a computação para fora do centro de nossa atenção”. Esse artigo foi o ponto de partida da minha tese de doutorado.

Fico imaginando o que Mark Weiser estaria fazendo hoje.

Everyware: the dawning age of ubiquitous computing

O livro Everyware é referência obrigatória em qualquer bibliografia sobre ubicomp. Escrito por Adam Greenfield em 2006, ainda é a melhor introdução ao tema. Greenfield é consultor em ‘user experience’, com experiência como arquiteto de informação.

capa do livro

capa do livro Everyware, de Adam Greenfield

O grande mérito do livro, a meu ver, é apresentar a computação pervasiva em linguagem acessível ao público leigo, focando nas possibilidades dessa tecnologia, suas contradições e esmiuçando os bastidores dessa história. É a visão de um designer sobre o assunto, portanto com uma preocupação grande em entender os impactos da computação pervasiva no cotidiano das pessoas.

Recomendo enfaticamente.